terça-feira, 26 de outubro de 2010

Relações entre os conceitos de Herman Hertzberger no livro Lições de Arquitetura com a Praça Carlos Gomes (espaço onde acontecerá as intervenções)

Fazendo um apanhado dos principais conceitos de Herman Hertzberger tratados em seu livro "Lições de Arquitetura" foi possível estabelecer várias relações entre esses conceitos e o espaço da Praça Carlos Gomes que está sendo analisado em virtude dos processos de intervenções que ocorreram. Dentre esses conceitos, gostaríamos de destacar dois que são de grande importância no livro que é a relação entre público e privado e questão de criar espaço e deixar espaço.
De acordo com Hertzberger os conceitos de público e privado não são corretamente empregados, uma vez que estes conceitos estão diretamente relacionados a coletivo e individual... são na verdade conceitos que devem ser analisados levando-se em conta o contexto em que eles estão inseridos! Muitas das vezes um lugar pode ser determinado se é público ou privado pelo grau de acesso que lhe é permitido. Entretanto, ao mesmo tempo em que um espaço é coletivo em relação a outro, ele pode ser privado em relação a um terceiro espaço. Percebe-se então um “jogo” de espaços que podem ser “coletivos” e ao mesmo tempo “ privados”. No caso da praça Carlos Gomes percebemos perfeitamente estes conceitos, pois a praça em si, trata-se de um local público, sendo permissível o acesso a toda a população. Mas, ao mesmo tempo, encontramos nela espaço que podemos considerar como privado pois o acesso não deve ser permitido, que é o caso dos canteiros de gramados, os quais não devem ser pisados até mesmo por questões de ética e preservação do espaço.
Com relação a criar espaço e deixar espaço, Herman Hertzberger ressalta a importância de se criar objetos prontos com objetivos múltiplos, e principalmente, criar espaços ou ambientes inacabados deixando uma pequena margem para que os usuários o completem de acordo com suas necessidades e desejos. Esta segunda posição do autor não se faz presente na praça Carlos Gomes, uma vez que a mesma trata-se de um patrimônio tombado pela prefeitura da cidade sendo necessário autorização do órgão responsável (no caso o IPHAN) para qualquer tipo de intervenção. Dessa forma, não há margens para que os usuários possam intervir diretamente na construção ou alteração desse espaço físico. No que diz respeito a objetos prontos com objetivos múltiplos, podemos ver a praça como um espaço pronto que tem objetivos múltiplos, pois ela pode ser utilizada por toda a população de diferentes maneiras. Como descanso ou local de espera proporcionado pelos bancos, local de passeio e admiração de um espaço histórico, como espaço para encontros, reuniões, celebrações, dentre muitos outros, ela pode ser palco e contexto para diferentes pessoas em diferentes ocasiões. Não se deve esquecer de que é preciso preservá-la e conservá-la, pois não sendo um espaço privado, acaba sendo restrito qualquer tipo de mudança no seu espaço físico, além de ser um patrimônio histórico sob cuidados de órgãos específicos.
Outros pontos também são importantes serem destacados e serão descritos a seguir:
A praça Carlos Gomes é um espaço com uma grade irregular, pois não possui um único centro. Possui a fonte, que atrai a atenção para si, mas também possui  um enorme círculo em outra extremidade, que também chama a atenção. A grelha, segundo Hertzberguer, deveria ser uma estrutura mais contínua. Outro fator importante é que a praça é um espaço bem virtual, pois apesar de parecer meio “escondida” por causa da Igreja, não possui grandes limitações, servindo de espaço para diversas atividades. É um espaço que atende a diversos públicos, pois pode ser interpretado de várias maneiras, desde um simples local de descanso até o palco de alguma apresentação.  
De acordo com Herman Hertzberger devemos buscar uma organização espacial que torne qualquer um capaz de escolher sua posição em relação ao outro. Se olharmos somente dentro do espaço da praça a falta de paredes e níveis que fechem a praça ou um determinado espaço dela, a mesma não oferece privacidade no sentido de se "esconder dos demais que ocupam" esta praça, sendo assim todos podem se ver na praça. Se considerarmos as casas em volta da praça, suas janelas permitem quem está do lado de dentro da casa ver quem está do lado de fora, e quem está na praça não pode fugir dos olhares das pessoas que as observam pelas janelas das casas.
O autor nos conta, também, como a arquitetura deve mexer com diferentes sensações da pessoa, em relação ao espaço e de como ela deve ser mutável, para se adequar às mudanças tanto do tempo, quando dos diferentes tipos de pessoas que usarão esse espaço de alguma maneira. A praça do Carmo, por ser um lugar público, tem um grande fluxo de pessoas de diferentes idades, escolaridade, enfim, pessoas de todos os tipos. Devido á essa diferente gama de pessoas, alguns que passam por lá não presta atenção na sua construção de fato, no seu contexto histórico. Sendo assim, ela pode não despertar nenhuma sensação nestes, tanto quanto pode despertar interesse e admiração nos que dão verdadeira atenção a esse espaço, atribuindo-lhe seu valor histórico e cultural. No caso da praça, ela não é só um espaço bonito, ela conta uma parte da história da cidade, sendo importante para ela e tendo um enorme valor cultural. De acordo com o texto, a arquitetura não deve ser um espaço meramente decorativo, e sim transparente, expondo sua funcionalidade e também a sua construção, o que pode ser observado no fato de que os materiais usados na praça são expostos de forma crua, ou seja, os tijolos usados no contorno do canteiro, os blocos usados no chão estão todos a amostra. Dessa forma, a praça pode oferecer diferentes experiências para cada tipo de pessoa que usufrui daquele espaço.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Animação Cultural, O Aparelho e Coincidência Incrível

     Os textos de Flusser propostos para o seminario de design mostram a relação cada dia mais proxima entre o homem e os objetos e como este pode ser considerado instrumento ou maquina de acordo com o modo que é ultilizado pelo homem. Mostra a dependencia que os homens hoje tem dos objetos que criaram.
     Também nos faz pensar no dominio de que esses objetos adquiriram, e a como a ação deles é previsivel, e nos temos certeza que quando abrimos a torneira a unica coisa que vai sair de la de dentro é água , pois tenho confiança nesse mecanismo e não esperamos que nada nos surpreenda.